quinta-feira, 22 de abril de 2010

osho

Todas as pessoas religiosas estão agarradas a parte mais inferior do seu ser – e por isso que elas têm um ar tão triste e tão culpado. Não conseguem alegrar-se. Jesus continua a dizer a essas pessoas “Alegrem-se”, mas, por outro lado, continua a dizer-lhes: “Lembrem-se do inferno”. Ele cria um dilema ao mostrar-lhes o caminho para o inferno – o caminho para o Inferno é satisfazer a sua natureza e o caminho para o Céu é ir contra a sua natureza.
Mas ir contra a sua natureza cria o Inferno aqui na Terra.
Eu quero criar o Paraíso aqui e agora. Porquê adiar uma coisa tão boa?
O leitor pode adiar aquelas coisas que não merecem a sua atenção – mas o Paraíso? Eu não estou disposto a adiá-lo para amanha ou para o próximo segundo. O leitor pode tê-lo aqui e agora; tudo o que precisa é ter o inconsciente limpo.

[…]

A imaginação pode criar uma espécie de insanidade se começar a acreditar nas suas próprias divagações – pode gerar alucinações. No que me diz respeito, os chamados santos, os grandes dirigentes religiosos que viram Deus, que se encontraram com Deus, que falaram com Deus estão nessa categoria. O Deus deles não passa de imaginação.
Existe um determinado método se o leitor quiser confirmar as minhas afirmações. O tempo necessário é de pelo menos três semanas, e o leitor tem de fazer duas coisas a fim de preparar o terreno para criar uma alucinação. Depois poderá ver Jesus Cristo em pé diante de si, ou Buda Gautama, e poderá ter uma grande conversa com ele. Poderá fazer as perguntas e receber as respostas – muito embora mais ninguém consiga ver se há alguém presente, mas isso é por culpa das pessoas. Não possuem estatura espiritual para ver o invisível. São precisas duas coisas fundamentais: uma delas é um jejum de três semanas. Quanto mais fome tiver, menos a sua inteligência funcionara, porque a inteligência precisa permanentemente de uma certa quantidade de vitaminas – e se estas não forem fornecidas, a inteligência começa a diminuir. Ao fim de três semanas deixa de funcionar. Portanto, a primeira coisa é pôr o intelecto a dormir. É por isso que todas as religiões prescrevem o jejum como uma das grandes disciplinas religiosas. Mas a psicologia que lhe está subjacente é que, ao fim de três semanas, a sua inteligência começa a adormecer. E então a imaginação poderá funcionar perfeitamente – não há ninguém para duvidar.
O segundo requisito é o isolamento – vá para uma montanha, ou uma floresta, ou uma cave, onde esteja absolutamente isolado. Como o homem foi criado em sociedade, viveu sempre com pessoas. Fala durante o dia todo – réu-téu, réu-téu. Fala durante a noite nos seus sonhos e recomeça de manhã, continuando até voltar a adormecer. Se não tiver ninguém com quem falar, começa a orar a Deus. Chama-se a isso falar com Deus, o que é uma maneira respeitável de se ser maluco.
Num período de três semanas… Depois da primeira semana, começa a falar em voz alta. Depois da primeira semana, começa a falar sozinho, mas sabe que ninguém o deve ouvir; caso contrário, iriam pensar que está maluco. Mas, por volta do fim da segunda semana, esse medo desaparece porque a inteligência começa a ficar embotada. E por essa altura começa a falar em voz alta. Por volta da terceira semana, começa a ver a pessoa que queria conhecer: Jesus Cristo, Mahavira, Buda Gautama, um amigo já falecido, ou qualquer outra pessoa. Três semanas depois, é capaz de visualizar a pessoa tão nitidamente que a nossa realidade vulgar empalidece. Daí que as religiões tenham apoiado ambas as estratégias: jejum e isolamento. Essa é a maneira, a maneira científica, de se entrar numa experiência alucinatória.
O leitor poderá criar a sua própria realidade: poderá voltar a viver com Jesus Cristo, poderá manter uma conversa com Buda Gautama, fazer perguntas e receber respostas – embora seja o leitor que faz as duas coisas. […] Naturalmente que isto acontece em todos os manicómios por todo o mundo – as pessoas falam com as paredes.
Todas as histórias dos santos que tiveram uma experiência de Deus, que falaram com Deus, deviam ser analisadas à luz de um maior discernimento psicológico. Essas pessoas não diferem dos loucos. Todas as suas pretensões, todas as suas declarações em que afirmam que são o filho único de Deus, que são o único profeta de Deus, que são a única reencarnação de Deus, não passam de afirmações loucas.
Terá um verdadeiro choque ao descobrir que todas essas pessoas estavam submersas em alucinações; criaram à sua volta uma realidade que lhes era própria. Os seus deuses pertencem à sua imaginação, as suas mensagens saem das suas próprias mentes, as escrituras que deixam atrás de si são fabricadas por elas. […] Toda a história do homem pode reduzir-se a uma simples declaração: tem sido uma história de histeria. Todos esses santos e sábios são histéricos. Foram muito poucos os que puseram de lado a imaginação, que puseram de lado a mente e todas as suas faculdades – mas esses poucos não tiveram a experiência de Deus.

by: osho "intuição - conhecer para alem da logica"

Sem comentários:

Enviar um comentário